sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Wilma não tem como negar que seu candidato é Iberê Ferreira de Sousa

Edilson Damasceno da Redação De Fato

Está cada vez mais difícil para a governadora Wilma de Faria (PSB) protelar a oficialização do nome do vice-governador Iberê Ferreira de Sousa (PSB) como candidato do grupo ao Governo do Estado. Partidos que integram a base governista já começam a apresentar sintomas de cansaço da lengalenga que se criou desde o surgimento do Pacto da Unidade Potiguar (PUP), que não tem outro objetivo que não seja de tentar impor uma vontade do presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves. A onda de especulação se acentua e a mais nova é a de que a governadora já havia decidido quem seria seu candidato, inclusive com o nome de quem vai para a companhia de Iberê para a chapa majoritária. O presidente estadual Robinson Faria (PMN) não está gostando da história e vê que sua "batata" está assando.

Ontem, em Natal, Robinson se esquivou de responder indagações sobre essa história e pediu para não ser interpelado por esse assunto. Na noite da quarta-feira ele teve uma conversa com a governadora Wilma de Faria, mas o teor não vazou. Sabe-se que ele está insatisfeito.

A mesma insatisfação ronda o deputado federal João Maia (PR). A ponto de o prefeito de Ceará-Mirim, Antônio Peixoto (PR), ter afirmado, em entrevista à FM 96, que o parlamentar, que preside o Partido Republicano no Rio Grande do Norte, poderia rumar para outro ninho político e que o DEM seria uma possibilidade para João Maia, apoiando a candidatura da senadora Rosalba Ciarlini ao Governo do Estado.
Além disso, outro fator que deixa Wilma em situação de impor sua vontade diz respeito ao fato de o PMDB ter decidido antecipar apoio formal à candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) à presidência da República. Com isso, Wilma está mais à vontade e não precisa aceitar imposições do PUP.

Por isso que o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) afirmou, ao ser entrevistado pelo jornal Zero Hora, ser contrário à definição do PMDB com relação à aliança com o PT e impor essa condição aos Estados. "Não sou partidário dessa antecipação toda. Deveríamos ouvir as bases, buscar ter mais segurança na definição."

No caso específico do Rio Grande do Norte, o senador já sabe o que as bases dizem: quer o PMDB aliado ao DEM. O próprio Garibaldi tem ciência de que seria seu melhor caminho e teria maior probabilidade de se reeleger. É o que dizem as pesquisas feitas até agora.

Com relação à governadora Wilma de Faria, ela sabe que será complicado manter seus aliados no grupo. Tanto Robinson quanto João Maia ainda não romperam definitivamente com Wilma por uma questão de sobrevivência, já que eles têm indicação no Governo e tirar essas pessoas agora seria prejuízo. A própria Wilma também sabe que sairá no prejuízo, pois no momento em que houver o rompimento com Robinson Faria, deixará de ter maioria na Assembleia Legislativa.

Além do mais, ainda sobra a figura do vice-governador Iberê Ferreira de Sousa, que assumirá o governo em abril do próximo ano e terá, com isso, poder absoluto sobre a caneta, e é dela que Wilma vai precisar mais na frente, quando não tiver mais no comando.

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