Edilson Damasceno - Gazeta do Oeste
A reafirmação da preferência do senador Garibaldi Filho (PMDB) pela candidatura da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) ao Governo do Estado, feita ao presidente Lula na noite da terça-feira passada, provocou perspectivas da retomada da aliança PMDB/DEM nas lideranças filiadas aos dois partidos. Rosalba passou o dia de ontem recebendo ligações de prefeitos peemedebistas e democratas, que acompanharam, pelo Twitter, as declarações de Garibaldi sobre as eleições de 2010. A senadora, após as palavras ditas por Garibaldi, ligou para ele e agradeceu o apoio externado.
Ela disse que recebeu as palavras de Garibaldi Filho com alegria e afirmou que torce e trabalha para que a posição do senador possa se consolidar com todo o PMDB potiguar, presidido pelo deputado federal Henrique Eduardo Alves. "Este posicionamento reflete o sentimento das bases e o DEM buscará o apoio do PMDB, como disse em outras oportunidades", disse Rosalba. Essa não foi a primeira vez que o senador externou seu posicionamento.
A conversa entre Garibaldi e o presidente Lula foi presenciada pelo deputado Henrique Alves, que é contrário à manutenção da aliança PMDB/DEM. Contudo, nem mesmo a presença do primo e presidente estadual da sigla peemedebista na reunião travou o senador. Pelo Twitter, o senador comenta: "Disse que a minha preferência é pela candidatura da senadora Rosalba. Agora é preciso uma posição consensual do PMDB."
O senador José Agripino, presidente estadual do DEM, mudou o tom do discurso com relação ao nome do partido ao Governo do Estado. Diante da posição de destaque em pesquisas da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) e da afirmação feita pelo senador Garibaldi Filho (PMDB) ao presidente Lula (PT) - de que tem preferência pela candidatura de Rosalba ao Governo, Agripino afirmou que torce para que o peemedebista possa concretizar o apoio à senadora. "Gostaria de ver essa aliança refeita", disse ao portal No Minuto (www.nominuto.com).
POSIÇÃO
A posição de Garibaldi externada ao presidente Lula frustrou as expectativas de Henrique Alves. Ele defende que o PMDB se aproxime da governadora Wilma de Faria (PSB), integre o Pacto da Unidade Potiguar (PUP) e passe a apoiar o candidato governista - até agora o nome que tem mais sustância política e de apoio da própria Wilma é o vice-governador Iberê Ferreira de Sousa (PSB). Com isso, Henrique estaria projetando a formação da chapa majoritária para o Senado, com Garibaldi e Wilma.
Em entrevista à 96FM, em Natal, Henrique frisou que Garibaldi disse a Lula sobre a relação que tem com Rosalba no Senado. O deputado frisou que compreende esse fator, mas que a questão de aliança não será definida com base apenas em afinidades. "Como estaria o PMDB no palanque com o principal líder da oposição a este governo? Já hoje (ontem) nos jornais o senador José Agripino está criticando a viagem do presidente Lula para verificar as obras do São Francisco, dizendo que é eleitoreira. Quer dizer, ele é um crítico permanente do presidente Lula e eu estou todo dia a defender o presidente. Então como vamos subir no mesmo palanque no Rio Grande do Norte com um discurso tão conflitante?".
UNIDADE POTIGUAR
A reunião dos líderes da Unidade Potiguar, deputados federais Henrique Alves, João Maia e Fábio Faria e o deputado estadual Robinson Faria, prevista para hoje, foi adiada. O encontro deverá ocorrer no final de semana. A mudança de data ocorreu porque o deputado Henrique Eduardo Alves acompanhará hoje o presidente Lula na visita às obras da transposição do rio São Francisco.
O deputado federal Henrique Eduardo Alves destacou que integra a Unidade Potiguar como "deputado federal", mas a aliança do PMDB será discutida na convenção partidária.
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