sexta-feira, 9 de outubro de 2009

José Dias reage à filiação de Fernando Bezerra no PMDB

LUÍS JUETÊ -Gazeta do Oeste

O deputado estadual José Dias reagiu ao ingresso do ex-senador Fernando Bezerra no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Ao ser entrevistado ontem no Jornal do Dia (TV Pontanegra), o parlamentar afirmou que ele não veio como uma pessoa que pretende contribuir com o fortalecimento da legenda. Segundo ele, Fernando Bezerra ingressou no partido com a função de trabalhar o apoio do PMDB às candidaturas ligadas ao grupo da governadora Wilma de Faria (PSB). "Ele veio para o PMDB com o compromisso de que o partido apoie a candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza. Por isso, eu uso a expressão que foi colocado um cavalo de troia para o PMDB, porque ele vai alimentar a discórdia dentro do nosso partido", afirmou o deputado peemedebista.

Ele chegou a dizer que pensou em mudar de partido. "A situação do PMDB hoje é vergonhosa", observa. O deputado José Dias disse que não se conforma com a possibilidade do seu partido ser alvo de negociação. "É uma vergonha o que está se fazendo hoje de nós irmos para uma eleição, perdemos o pleito e no outro dia estamos aderindo ao governo", frisou.

José Dias voltou a tecer críticas em torno do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB). O parlamentar peemedebista disse não ter dúvidas que ele, na condição de titular de pasta de Recursos Hídricos do governo estadual, vem sendo beneficiados por ações do Poder Executivo. "A Secretaria de Recursos Hídricos é uma espécie de estação de passagem, onde os ônibus vão para lá para depois serem distribuídos. Os recursos vão para a Secretaria de Recursos Hídricos para depois serem distribuídos, e de uma forma sob o ponto de vista legal, absurdo", denunciou José Dias.

Ele disse não ter dúvidas que a concentração de recursos na pasta comandada pelo vice-governador Iberê Ferreira tem forte conotação política. José Dias lembra que em setembro, a secretaria havia gasto algo em torno de R$ 61, 9 milhões sem o devido processo licitatório. Segundo José Dias, os convênios celebrados foram de todas as naturezas. "É um número imenso de convênios. É claro que nós temos uma expectativa e uma esperança muito grande que, tanto o Tribunal de Contas quanto o Ministério Público já estão em procedimentos quanto a esses fatos. E eu acredito que nós teremos a coibição desse tipo de procedimento", frisou.

Em relação à peça orçamentária para o próximo ano, o deputado estadual José Dias explicou que, como é uma tradição nos orçamentos brasileiros, ele é impositivo e assim oferece ao governante a oportunidade de fazer o que bem entender com a dotação orçamentária. Ele acrescenta que, se forem aprovados os pedidos de remanejamento que foram sugeridos pelo Poder Executivo, o governo terá 25% dos recursos disponíveis para que possa utilizá-lo da forma que quiser. "Esse orçamento é muito irreal. É claro que existe o esforço do pessoal técnico para fazer uma peça que, sob o ponto de vista da legislação, está nos conformes, porque o pessoal que faz isso realmente sabe montar, agora, a execução é uma questão política e isso ainda desmantela completamente tudo", lamentou o deputado do PMDB.

Quanto às execução das emendas que foram apresentadas pelos parlamentares no ano passado, José Dias afirmou que elas não foram cumpridas. Ele lembrou que houve um entendimento entre a Assembleia Legislativa e o Poder Executivo para que os parlamentares não apresentassem emendas individuais, mas paralelamente seriam disponibilizados recursos oriundos da Secretaria de Planejamento que seriam utilizados para contemplar os parlamentares. "Foi prometido, mas o Governo do Estado também não cumpriu", reafirmou o deputado José Dias.

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