Diógenes Dantas, No minuto
A cúpula do PMDB vai continuar tratando do tema eleição somente nos bastidores. Isso é o que se depreende da decisão do deputado Henrique Eduardo Alves ao adiar o encontro do partido para discutir rumos para 2014.
Henrique puxou o freio de mão do processo pré-eleitoral porque se assustou com o noticiário sobre eventual rompimento do PMDB com o governo estadual e sobre a dúvida em torno do nome do peemedebista que vai disputar o governo.
Em tom de pito na turma do andar de baixo [Henrique faz parte hoje do andar de cima da política nacional. Ele está no topo da cadeia alimentar], o deputado falava ontem assim para uma rádio de Caicó: - Ninguém venha conversar sobre 2014. O PMDB está proibido de discutir 2014, porque eu considero isso um desserviço ao Rio Grande do Norte. A eleição é [sic] no próximo ano.Henrique Eduardo Alves passou um pito nele próprio. Afinal, foi ele quem marcou encontro com as bases do PMDB para o dia 10 de maio.
Ele foi alertado por Garibaldi Alves Filho que nesse encontro poderia ouvir o que não queria, porque uma parcela considerável do PMDB não concorda no apoio ao governo de Rosalba Ciarlini, deseja candidatura própria e quer lançar logo o nome de Henrique Eduardo para o governo.
Henrique Eduardo nega que pense em candidatura ao governo, mas cumpre agenda de candidato ao governo desde que assumiu a Presidência da Câmara dos Deputados [na semana passada, ele estava em Mossoró; ontem, em Caicó; e hoje, é um dos anfitriões no encontro de ministros com prefeitos do Estado].
Volto a dizer: um aliado partidário de Henrique Eduardo me disse que ele namora com a candidatura ao governo, mas não quer correr riscos. Segue costurando apoios e avaliando cenários.Quer queira ou quer não queira, Henrique Eduardo Alves está no jogo para o cargo majoritário. O tão sonhado cargo majoritário.
Enquanto não decide, o líder estadual do PMDB segue conversando sobre 2014 nos bastidores. Não há um encontro sequer que ele não fale sobre o assunto ou não seja indagado por políticos do Estado.
Na semana passada, Henrique sentou para jantar com Robinson Faria (PSD) e disse a ele que não era candidato ao governo.
Robinson acreditou e saiu dizendo que não só Henrique, como também Garibaldi Filho e Wilma de Faria não vão disputar o governo.
Robinson está enganando a si mesmo e tentando enganar o distinto público.
Henrique Eduardo, Garibaldi Filho e Wilma de Faria são nomes fortes da disputa para o governo. Robinson ainda é coadjuvante nesse filme. Só terá êxito de candidatura majoritária se nenhum deles ou nenhum outro surgir no jogo com amplas chances.
Na descompostura que tentou passar ontem em Caicó, Henrique Alves falou em desserviço de quem trata de eleição neste ano.
Quem presta esse desserviço são os próprios políticos, como Henrique, que articulam, trabalham, decidem em função das eleições de 2014.
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