Os
meteorologistas do Nordeste estão menos otimistas com relação à quadra
chuvosa do semiárido em 2014, que começa em fevereiro e vai até maio. Ao
final de uma reunião realizada ontem em Fortaleza, o prognóstico
apontava a seguinte condição: acima da média 25%; em torno da média 35%
e abaixo da média 40%. Os números, foram anunciado ontem pela Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), durante o
encerramento do XVI Workshop Internacional de Avaliação Climática para o
Semiárido Nordestino. Com a previsão, o órgão faz um alerta para a
possibilidade de a seca ser prolongada em 2014.
Para chegar à
previsão, meteorologistas dos estados do Nordeste, além de especialistas
do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), do Centro de Previsão do
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI) e de institutos dos Estados Unidos (IRI) e
Reino Unido (UK Met Office) analisaram condições termodinâmicas dos
oceanos Pacífico e Atlântico, condições da atmosfera e previsões de
modelos atmosféricos globais, para avaliação prévia do período chuvoso
nestes próximos três meses.
Gilmar Bistrot, meteorologista da
Emparn presente na reunião, disse ontem que para o RN a maior
probabilidade é de chuvas normais, entre 200 mm a 300 mm
descentralizadas nas regiões do estado. “A previsão não é conclusiva por
definitivo. São dados que ainda podem apresentar evolução”, explica.
Apesar
da previsão “um pouco otimista” em relação aos dois anos anteriores,
2012 e 2013, o volume de chuvas “pode não resolver o problema e
recuperar os reservatórios do estado”. Para agricultura de subsistência,
as chuvas podem ser suficientes, mas “não será suficiente para os
mananciais”, afirma Bistrot.
Devido as previsões, e a situação
atual dos mananciais e abastecimento de água, o Governo do Estado deverá
estabelecer um planejamento para prolongamento do uso da água. Segundo
Bistrot, nesta próxima quinta-feira, 23, haverá uma reunião do Comitê da
Seca para análise dos dados de previsão concebidos nesta reunião. “Vão
discutir e analisar alternativas ou soluções em cima desse prognóstico”,
diz.
Os principais reservatórios do RN já causam preocupação. Em
Pau dos Ferros, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
registra o volume de 11,24% da capacidade. No Itans, localizado em
Caicó, o volume está em 11,24%. A Barragem Engenheiro Armando Ribeiro,
maior represa de água do Rio Grande do Norte, se encontra no pior nível
desde sua construção, em 1983, 34,28% de sua capacidade. Pela baixa
nos reservatários, 14 cidades, nas região do Alto Oeste e Seridó,
continuam com seus reservatários em colapso de abastecimento de água.
Na
semana passada, a Caern iniciou um programa de racionamento nos
municípios abastecidos pela adutora Arnóbio Abreu, que atende aos
municípios de Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Janduís e Messias
Targino. Os moradores dessas cidades terão água nas torneiras dia sim e
outro não.
A adutora capta água da Barragem Armando Ribeiro, que é
o maior reservatório do RN, com 2,4 bilhões de metros cúbicos. Na
última medição feita pela Secretaria de Recursos Hídricos, a barragem
estava com apenas 34% de sua capacidade, volume suficiente para
assegurar o abastecimento até somente até o final do ano.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte/Natal
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