Josias de Souza
Eleita
como supergerente, Dilma Rousseff chega ao fim do mandato com
dificuldades para gerenciar o vexame da Transposição do Rio São
Francisco. Chefe da Casa Civil de Lula, Dilma coordenava o PAC, que
tinha na transposição uma prioridade. Na campanha de 2010, a obra foi à
vitrine como grande feito do presidente-operário e da candidata-gestora.
Na campanha de 2014, virou um estelionato verbal.
Nos planos originais da ex-gerente, o sertão seria irrigado ainda em 2010. Não deu. Dezessete dias antes de passar a faixa presidencial para Dilma, Lula vaticinou, numa visita sentimental ao canteiro do São Francisco: “Estou percebendo que a obra vai ser inaugurada definitivamente em 2012, a não ser que aconteça um dilúvio…” Era mais conversa mole.
Nesta terça-feira (13), instada a comentar o vexame do dilúvio seco, Dilma como que assumiu sua condição de ex-Dilma: “A gente começou bastante inexperiente, e houve uma subestimação. Em nenhum lugar do mundo em dois anos é feita uma obra dessa dimensão. Ela é bastante sofisticada, leva um tempo de maturação. Houve atraso porque se superestimou a velocidade que ela poderia ter, minimizando a complexidade.”
Ministra, Dilma avalizara um orçamento de R$ 4,8 bilhões. Presidente, convive com previsões que jogam o custo da transposição para R$ 8,4 bilhões. Na pele de ‘Mãe do PAC’, a supergestora autorizara a implantação dos canteiros de obras a partir de “projetos básicos”, eufemismo para uma falta de planejamento que agora estoura no colo da ex-bambambã.
No cronograma oficial, a fita da transposição será cortada em 2015, primeiro ano do mandato do próximo presidente. No paralelo, a coisa é empurrada para 2016. O TCU suspeita que, se não melhorar a gestão, o atraso pode ser ainda maior. Mas a recandidata não se dá por achada. Ela agora acena com uma transposição em conta-gotas. E promote as primeiras gotas já para 2014.
“Vamos antecipar a chegada de água às pessoas, não necessariamente com inauguração formal. A obra tem estágios. Vai ficando pronto, e nós vamos deixando para uso da população.” Alvíssaras! Os sertanejos já preparam as tinas e os baldes. Os mais ingênuos já coçam o dedo indicador, aquele que pressiona as teclas da urna eletrônica.
14.out.2009
- O então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, posa ladeado pela
então ministra da Casa Civil do governo, Dilma Rousseff, do ex-ministro
Ciro Gomes (PSB-CE) (à esquerda) e do governador de Minas Gerais à
época, Aécio Neves (PSDB), durante visita às obras de transposição do
rio São Francisco no Estado Leia mais Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação
Nos planos originais da ex-gerente, o sertão seria irrigado ainda em 2010. Não deu. Dezessete dias antes de passar a faixa presidencial para Dilma, Lula vaticinou, numa visita sentimental ao canteiro do São Francisco: “Estou percebendo que a obra vai ser inaugurada definitivamente em 2012, a não ser que aconteça um dilúvio…” Era mais conversa mole.
Nesta terça-feira (13), instada a comentar o vexame do dilúvio seco, Dilma como que assumiu sua condição de ex-Dilma: “A gente começou bastante inexperiente, e houve uma subestimação. Em nenhum lugar do mundo em dois anos é feita uma obra dessa dimensão. Ela é bastante sofisticada, leva um tempo de maturação. Houve atraso porque se superestimou a velocidade que ela poderia ter, minimizando a complexidade.”
Ministra, Dilma avalizara um orçamento de R$ 4,8 bilhões. Presidente, convive com previsões que jogam o custo da transposição para R$ 8,4 bilhões. Na pele de ‘Mãe do PAC’, a supergestora autorizara a implantação dos canteiros de obras a partir de “projetos básicos”, eufemismo para uma falta de planejamento que agora estoura no colo da ex-bambambã.
No cronograma oficial, a fita da transposição será cortada em 2015, primeiro ano do mandato do próximo presidente. No paralelo, a coisa é empurrada para 2016. O TCU suspeita que, se não melhorar a gestão, o atraso pode ser ainda maior. Mas a recandidata não se dá por achada. Ela agora acena com uma transposição em conta-gotas. E promote as primeiras gotas já para 2014.
“Vamos antecipar a chegada de água às pessoas, não necessariamente com inauguração formal. A obra tem estágios. Vai ficando pronto, e nós vamos deixando para uso da população.” Alvíssaras! Os sertanejos já preparam as tinas e os baldes. Os mais ingênuos já coçam o dedo indicador, aquele que pressiona as teclas da urna eletrônica.
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