Pedro Carlos - Correio da tarde
A Unidade Potiguar está prestes a ter seu fim anunciado. A informação de uma fonte ligada ao deputado-presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN), já é comentada em todos os bastidores da política potiguar. O fim da aliança que sequer se consolidou tem a ver principalmente com a posição do seu último membro, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB).
A criação da Unidade Potiguar — formada pelo PMN de Robinson, PR do deputado federal João Maia e parte do PMDB de Henrique — deu-se em agosto passado e tinha o objetivo de tentar pressionar a governadora Wilma de Faria (PSB) a abrir mão do visível apoio que ensaiava dar ao vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB). As declarações à época deixaram isso muito claro: “Candidatura criada dentro de gabinete não tem apelo popular”, disse o deputado João Maia.
O tiro acabou saindo pela cultra. A governadora Wilma de Faria se sentiu encurralada pelo grupo e tratou de desqualificá-lo. Em evento público realizado em Natal, mandou o recado: “Existem alguns homens que por não conseguirem mandar nas mulheres, tentam emparedá-las, mas isso não acontece comigo”, disse ela, bem ao seu estilo.
O fato é que a Unidade Potiguar não vingou e o seu fim anunciado deve se concretizar já em dezembro. É que o deputado Henrique Alves não pretende seguir em frente com o projeto de viabilização de uma candidatura alternativa de Robinson, com o apoio de João Maia. Muito menos, aceita unir o grupo à candidatura democrata da senadora Rosalba Ciarlini (DEM), a quem tem combatido veementemente nos últimos meses, inclusive trazendo dissabores familiares.
A fonte ligada a Robinson disse ao CORREIO DA TARDE que o deputado mergulhou nos últimos dias de forma proposital. “O deputado precisa ver quais os passos a serem dados pelos seus aliados, que mais parecem adversários”, disparou.
Nos bastidores da Assembleia Legislativa, a versão corrente é a de que Robinson não vai romper com a Unidade Potiguar muito menos com o Governo do Estado primeiro. Ela vai esperar que o passo seja dado por um dos lados. A aliança com o deputado João Maia, por outro lado, mantém-se intacta, porém ninguém vê mais o presidente da Assembleia aliado de Henrique Eduardo Alves.
Governismo
Quanto à posição governista para 2010, Robinson tem trabalhado junto às suas bases. Tem ouvido da maioria dos prefeitos e aliados que preferem permanecer ao lado do PSB até por conta dos espaços que essas lideranças mantêm na administração pública estadual. No entanto, o “x” da questão mora exatamente nisso. Robinson romperia agora e perderia espaços no governo e consequentemente alguns apoios importantes para 2010? A fonte ligada a ele, garante que não.
“O deputado Robinson é um político experiente. Sabe que se for convidado a sair do governismo terá discurso para segurar as suas bases ao seu lado. Rompendo ele, os aliados podem se sentir desprestigiados”, finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário