segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pêga é destaque no jornal De fato

A comunidade quilombola de Portalegre foi destaque no Jornal De fato deste domingo.


Comunidade retratada

As imagens têm uma grande força quando se quer contar histórias de pessoas, lugares e retratar realidades. Por isso, o fotojornalismo tem seu espaço garantido no jornalismo praticado nos veículos em todo o mundo, por ser um meio de informação independente, consciente e muito emocionante que atrai a atenção para o tema focado.
Na semana em que se lembrou o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), vale trazer para DOMINGO um trabalho de fotojornalismo inédito, de autoria de Cézar Alves, que resgata mais do que a história, mas retrata a realidade das famílias de uma comunidade.

O jornalista Cézar Alves tem uma trajetória respeitada como fotojornalista na imprensa mossoroense e é o atual editor do caderno Estado no JORNAL DE FATO. Ele decidiu, como pesquisa de conclusão para graduação em Jornalismo dentro do curso de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, realizar um projeto experimental intitulado "O Mulato".

O trabalho de Cézar foi realizado com a comunidade quilombola Pêga, localizada na área do município potiguar de Portalegre.

"Escolhi uma comunidade que não era assentamento rural, portanto não teria influência cultural de outras regiões nos meios de produção; nem projeto de agricultura irrigada, onde os agricultores produzem como aprenderam com seus ancestrais; remanescentes de quilombos e localizada numa das três primeiras províncias do Estado, o que atribui o valor histórico e cultural ao resultado final do Projeto Experimental", explica Cézar Alves.


Escolhas

A comunidade Pêga é composta por 46 famílias remanescentes de escravos que vivem da agricultura de subsistência. O município como um todo tem 6.855 habitantes, sendo que 56% na zona rural e 44% na cidade. Estes são dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/RN) de 2007.

A pesquisa do jornalista durou dois meses, sendo que as imagens foram feitas no período de 5 a 15 de julho. O trabalho conseguiu expor e analisar com um conjunto de fotografias com perfil jornalístico documental, uma preocupação com a questão humana e as grandes dificuldades das famílias no que se refere às políticas públicas.

"O nome O Mulato procura traduzir a predominância de raça dos moradores da comunidade pesquisada, que vem a ser formada por famílias remanescentes dos quilombos há dois séculos, conforme relatam os próprios moradores", completa Cézar.
Para o professor Tobias Queiroz, orientador do trabalho de Cézar, o resultado da sua pesquisa tem grande importância para a academia e para a sociedade: "O trabalho de pesquisa realizado por Cezar Alves em O Mulato traz para a sociedade potiguar detalhes e nuances de uma história recente que valem à pena ser trazidos à tona. É um trabalho eminentemente documental que nos transporta para uma realidade pouco vista nos meios de comunicação de massa e transmite uma rara fidelidade em trabalhos congêneres. É a fotografia como registro da memória coletiva", afirma Tobias.
Confira as imagens resultadas do excelente trabalho do fotojornalista Cézar Alves, percebendo que elas falam muito sobre a vida dessas pessoas.

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