sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Presidente Lula inaugura unidades do IFRN e critica oposição ao Governo Federal no RN

Bruno Barreto


Foto:Ivanisio Ramos


O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou ontem, no Rio Grande do Norte, sete unidades do Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN), por meio de videoconferência, no município de Ipanguaçu. Ele aproveitou o evento para dar tom político ao discurso, cutucando a oposição dele no Estado.



O presidente iniciou o discurso lembrando que a chuva que caía em Ipanguaçu mostrava o quanto este momento era especial não só para a educação do Rio Grande do Norte, mas para o país. Lula lembrou que o Estado chega a 14 escolas técnicas com as inaugurações de ontem. "Eu e José Alencar talvez sejamos os primeiros presidente e vice sem diploma da história mundial. Pelo fato de a gente não ter tido direito a estudar, estamos fazendo o governo que mais investiu em educação na história desse país", lembrou.



Depois disso, o tom político tomou conta do pronunciamento do presidente. Ele mostrou que ainda lembra da cobertura dada pelos jornais do Estado que atendem aos interesses do DEM, que noticiaram, em setembro do ano passado, a visita do presidente a Mossoró, para inaugurar um muro. "Quando fui inaugurar a Ufersa, a oposição no Rio Grande do Norte disse que estava em Mossoró para inaugurar um muro. Eles deveriam ter a humildade de reconhecer o que aquele muro está produzindo no Estado do Rio Grande do Norte. Eles deveriam ver a quantidade de murinho entrando e saindo daquela universidade.A oposição usa qualquer coisa para atacar os adversários, mas estou numa fase em que os cães ladram e a caravana passa", alfinetou.



O presidente afirmou que independente de o prefeito ou prefeita ser aliado do governo, o tratamento é o mesmo: "A ministra Dilma foi a Mossoró semana passada liberar recursos para o complexo viário e a adutora, que atenderá a vários municípios da região de Mossoró. Tem muita gente que fala bobagem, dizendo que o Governo Federal não faz obra nessa ou naquela cidade porque o presidente não é amigo do prefeito. Gostaria de ser amigo de todos os prefeitos do país, mas não posso. Mesmo assim todos têm tido parcerias com o governo, porque é obrigação do presidente colaborar com as prefeituras e governos estaduais".



O presidente sugeriu aos estudantes e professores que façam um comparativo entre ele e todos os outros presidentes para saber quem mais investiu em educação. "Peguem o mapa e vejam qual foi o presidente que mais investiu em educação. Tem gente que chegou na Presidência da República muito letrado, mas tão letrado que esqueceu que este país tem uma maioria de gente pobre que nunca chegou à universidade", desafiou.



Lula enalteceu o Programa Universidade para Todos (Prouni) e Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que fez o número de vagas no ensino superior saltar de 123 mil para 226 mil vagas em todo o país. Disse que o Governo Federal construirá 1.500 creches até o fim de sua administração. Depois disso, ele provocou mais uma vez a oposição. "Tem um tipo de gente que acorda todo dia para baixo. Que era de esquerda na juventude, e quando tem a oportunidade de estudar na França volta completamente mudado e radical. A burguesia que é contra esses projetos porque achavam que o aumento de vagas ia prejudicar a qualidade do ensino", disse.



O presidente também elogiou a mudança de postura dos prefeitos do país. "Antigamente, eu viajava pelo país e me pediam verba para fazer esgoto e outras coisinhas. Agora eles me pedem escola. Essa geração de prefeitos será a primeira a ver suas cidades procuradas por indústrias que vão querer se instalar por causa da mão-de-obra qualificada", acrescentou.



No final do discurso, Lula deu conselhos às meninas para que elas "estudem para serem respeitadas". Ele também sugeriu aos jovens que não ignorem a política. "Não é justo desanimar com a política. Todos vocês imaginam um político perfeito, mas nem sempre é assim. Quando vocês estiverem desanimados, pensem que vocês podem ajudar a mudar e renovar a política", concluiu.






Governadora trata política com discrição e cobra mais recursos a Lula



Antes de Lula falar, a governadora Wilma de Faria (PSB) fez um discurso em tom de agradecimento e fazendo novas cobranças para o Rio Grande do Norte. Mas a política não foi esquecida.



A pessebista antecipou o rebate às críticas da oposição sobre a inauguração da Ufersa. "Seus adversários dizem que o senhor não fez nada, mas a Ufersa era uma faculdade e hoje tem 22 cursos não só em Mossoró, mas em outras cidades do Estado", disse.



Ela lembrou dos avanços do governo Lula na educação, mas cobrou a liberação de R$ 63 milhões da União para investimentos nas escolas estaduais (ensino médio). "O Rio Grande do Norte e Sergipe são os estados do Nordeste que mais se desenvolvem e, por isso, tiveram perdas no Fundeb e esses recursos seriam uma compensação", argumentou.



A chefe do Executivo estadual agradeceu pelo funcionamento da Termoaçu e, na sequência, pediu aceleração na construção do Aeroporto de São Gonçalo e implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) na Grande Natal e Vale do Açu.



No final, ela elogiou a postura de Lula como administrador. "O senhor está mudando este país pelos programas sociais e obras de infraestrutura. O Brasil hoje é um país creditado que continuou recebendo investimentos durante a crise, graças ao presidente Lula. O senhor tem mais 1 ano e meio de governo e vai fazer muito mais", concluiu.



Após o discurso, Wilma entregou a Lula um quadro feito por um agricultor beneficiado pelo Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf).






Ministro afirma que agilidade do RN garantiu construção de escolas



O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que o Rio Grande do Norte foi o Estado que teve mais agilidade para receber as escolas de educação tecnológica. O único a entregar o cronograma pronto para acelerar as obras. "Em 100 anos, foram cinco institutos como esse. Só no governo Lula estamos inaugurando hoje sete e tínhamos inaugurado antes outros dois", disse.
Ele destacou também a importância da mudança de finalidade dos antigos Cefets. "Desenhamos um instituto que forma professores para atuar nas áreas mais carentes do país, como física, química e matemática", acrescentou.



O auxiliar do presidente Lula disse que em todo o país são mais de R$ 8 milhões em obras só de parte do Ministério da Educação, para interiorizar o ensino no país. "Por isso, que o Brasil saiu mais forte da crise, e as pessoas poderão estudar na própria cidade sem precisar ir para a capital ", argumentou.



O ministro da Educação disse que já tem o Instituto de Neurociências em breve, e Natal passará a contar com o Campus do Cérebro. "Serão instalados dois supercomputadores para mapear o cérebro humano, num dos institutos mais avançados do mundo", completou.

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