quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Rosalba luta para manter aliança com PMDB


Governadora Rosalba tenta manter aliança com PMDBComeçou a contagem regressiva para a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tentar reverter a tendência de rompimento externada pelos líderes do PMDB iniciada no final de novembro.

O mês para o PMDB anunciar a decisão é março. Há quem diga que o anúncio será no dia 8, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, receberá uma homenagem da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern). Faz sentido. O empresariado potiguar tem reclamado bastante do governo de Rosalba e ainda não digeriu o programa de incentivos às importações, chamado de Import-RN.

A governadora tem duas semanas para tentar convencer os seus principais aliados de que ela ainda vai se recuperar. As queixas são as de sempre: falta de diálogo. Por trás disso, está uma reclamação por falta de mais cargos.

O PMDB tem um ministro, que é senador licenciado, um senador, o presidente da Câmara dos Deputados, quatro deputados estaduais (nas eleições de 2010 elegeu seis - José Dias foi para o PSD e Poti Júnior foi eleito conselheiro do TCE), o maior número de prefeitos do Rio Grande do Norte (50) e a terceira maior quantidade de vereadores do Estado. É o principal aliado do governo, mas só ocupa duas secretarias: a esvaziada Secretaria de Estado de Trabalho, Habitação e Ação Social e a problemática Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania.

Nos bastidores, comenta-se que o PMDB quer mais. O foco seria a sempre recheada de recursos Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A governadora estaria disposta a ceder o espaço, mas o PMDB quer impor o ex-deputado estadual Elias Fernandes, que deixou o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) por conta de denúncias. A questão não seria essa, mas o fato de ele ser adversário político do líder do governo Getúlio Rego (DEM).

A senha foi dada na semana passada, quando a governadora buscou um entendimento com o ministro Garibaldi Filho, que avisou que o assunto deveria ser tratado com Henrique Alves, quando ele voltar dos Estados Unidos, onde passou o Carnaval. Elias é um nome ligadíssimo a Henrique.

Mas a questão vai muito além de uma simples ocupação de cargos. Há uma série de fatores que contribuem para o rompimento: a primeira delas é a cobrança do Palácio do Planalto a Henrique e Garibaldi para que se afastem do DEM por questão de coerência; a segunda diz respeito ao fato de a governadora ser mal avaliada e a terceira e principal é que o partido tem boas chances de fazer o próximo governador do Rio Grande do Norte. Sobre esse último aspecto o PMDB conta com três alternativas: Garibaldi, Henrique e o deputado estadual Walter Alves. Este último é um dos que mais reclamam da governadora Rosalba Ciarlini.

A governadora tem duas semanas para desatar todos esses nós e convencer o PMDB a ficar ao lado dela. Quando março chegar, o rompimento pode ocorrer a qualquer momento.

Entendimento com PMDB adia reforma do secretariado

A possibilidade de rompimento tem atrasado a reforma do secretariado de Rosalba Ciarlini. A governadora vem adiando as alterações no governo há meses para fazer tudo de uma vez só.Por causa disso, existem duas secretarias ocupadas por interinos: Assuntos Fundiários e Agricultura. Outras duas têm secretários em situação de demissionários: Recursos Hídricos e Saúde.

A governadora quer saber quais os espaços que o PMDB quer ocupar. Em alguns casos ela não esperou. Fez o sobrinho do deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB), Júlio Queiroz, titular da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e nomeou Rogério Marinho (PSDB) para a pasta do Desenvolvimento Econômico.

Por conta dessa situação, nomes do próprio DEM cotados para o primeiro escalão como o ex-prefeito do Natal, Ney Júnior, e o ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rego, estão em compasso de espera.

O "encaixe" deles no governo dependerá de como será o desfecho da crise debelada entre governadora e PMDB, que se aproxima do capítulo final.

Bruno BarretoEditor de política

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