terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Programa café com o Presidente

Lula diz que sociedade deve participar do combate à violência no trânsito


Apresentador: Olá você, em todo o Brasil, começa agora o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?


Presidente –Tudo bem, Luiz.


Apresentador: Presidente, no último programa o senhor falou, entre outros assuntos, sobre a importância de se curtir o carnaval com responsabilidade. Dá para dizer que o feriado foi mais tranqüilo nas estradas, presidente?


Presidente: Luiz, primeiro cumprimentar os nossos ouvintes depois de descansar nesse período de carnaval. Eu não posso dizer que nós tivemos um carnaval mais tranqüilo. O que eu posso dizer é que os sinais são promissores de que nós encontramos o caminho para diminuir a violência nas estradas. O que é importante, Luiz, é que nós trouxemos hoje aqui para a nossa entrevista o ministro da Justiça, que é, no fundo, o responsável pela atuação de todo o sistema de fiscalização. Agora, eu penso que é importante, Luiz, o nosso companheiro, ministro Tarso Genro, dizer. Tarso, você que organizou, você que comandou esse processo, dá para dizer que há esperança das coisas melhorarem muito nas estradas brasileiras?


Ministro: Sem dúvida, presidente, eu acho que a grande sinalização é exatamente essa. Quando nós apresentamos para o senhor o Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, considerar também a violência nas estradas uma questão de segurança pública e a nossa Polícia Rodoviária Federal fez uma operação inédita na história da Polícia Rodoviária Federal. Isso não só aumentou a auto-estima da Polícia Rodoviária Federal, como também demonstrou que nós temos um potencial de virada extraordinária. Então, teve influência essa mega operação. Teve influência, sem a menor sobra de dúvida, a proibição da bebida nas estradas. Isso tem estudos internacionais que comprovam. Isso é uma coisa que não se discute mais. A bebida é um dos fatores importantes na produção de acidentes. E teve importância também a ampla divulgação que os meios de comunicação deram sobre o assunto. A grande novidade é essa. É possível virar e é possível mudar. E nós, na páscoa, presidente, nós vamos manter essa mega operação.


Apresentador: Agora, ministro a Medida Provisória está para ser regulamentada. Vai haver flexibilização em relação à proibição de venda de bebida alcoólica na beira das estradas?


Ministro: Não. A Medida Provisória tem um sentido. Qual é o sentido dela? Não é proibir as pessoas de beberem, nem proibir as pessoas de venderem a bebida. É inibir o uso do álcool pelos motoristas. E esse sentido fundamental não vai ser mudado em nada. Se equivoca profundamente quem acha que isso aí vai ser flexibilizado. Agora, obviamente, um processo de regulamentação, no processo de discussão que vai haver no Congresso, essas questões podem ser aperfeiçoadas, não é? Nós temos é que regulamentar, inclusive atentando para as particularidades de cada região, para manter esse sentido fundamental. Inibir o motorista de beber. Como vai ser regulamentado para que isso seja mais eficaz, mais forte e mais centrado nesta questão é o que vai ser discutido no próprio Congresso Nacional.


Presidente: Um dado importante, ministro Tarso e Luiz, é que menos gente reclamou e mais gente concordou de pronto com a Medida Provisória. Se você imaginar que foram fiscalizados sete mil estabelecimentos comerciais e pouco mais de 10% foram autuados, significa que 90% dos estabelecimentos cumpriram a Medida Provisória. Ou seja, significa que tem muito mais gente responsável no Brasil do que gente que age com irresponsabilidade. Porque não é correto alguém ter um comércio achando que pode ganhar dinheiro só vendendo bebida alcoólica para o motorista que pode a poucos metros dali fazer uma vítima. Nós sabemos que tem gente que vai reclamar, nós não queremos cometer injustiça com ninguém. Queremos, na hora de regulamentar, fazer a coisa melhor possível. Agora, é importante ter claro: beber para dirigir é irresponsabilidade. Vender bebida para motorista é irresponsabilidade. E nisso o governo vai ser duro.


Apresentador: Você está ouvindo Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula.


Presidente: Luiz, agora, é importante a gente saber que a Medida Provisória é um instrumento legal. È importante a gente saber que a Polícia Rodoviária é um outro instrumento. É importante a gente saber que as estradas com qualidade são um outro instrumento. Tudo isso é um conjunto de coisas que pode evitar acidentes fatais ou acidentes até menores. Agora, o que vai evitar mesmo é a comunhão das famílias, perceber - a mulher, o filho, o pai, ou seja, as pessoas têm que se cobrar. Uma mulher não pode entrar no carro se ela percebeu que o marido bebeu. Um filho precisa cobrar do pai que ele não pode beber. Um pai precisa dizer para o filho que ele não pode pegar o carro, encher a cara e sair fazendo corrida nas estradas. Ou seja, se houver um processo coletivo de educação sobre a responsabilidade de não beber vai ser melhor para todo mundo.


Apresentador: ministro Tarso, então teremos um reforço na fiscalização também agora para período da páscoa?


Ministro: também. Teremos uma grande operação de novo da Polícia Rodoviária Federal. Mas eu queria destacar esta questão que o presidente colocou, a questão da consciência. A questão da consciência do cidadão, do chefe de família. A família, ela é fundamental, senão não adiante fiscalização, não adianta educação, não adianta propaganda, não adianta nada. Sabe por quê? Porque os acidentes ocorrem, a ampla maioria dos acidentes, em três circunstâncias: se o motorista está bêbado, em estrada boa e na reta, e em ultrapassagem. Ou seja, todos fatores que dependem da consciência do indivíduo. É não violar a lei, é não beber, é se cuidar.


Apresentador: obrigado, ministro Tarso Genro, pela participação no programa Café com o Presidente.


Ministro: Obrigado.


Apresentador: Presidente, até a semana que vem com mais um café.



Presidente: Até a semana que vem, Luiz.


Apresentado: Café com o Presidente fica por aqui, volta na próxima semana. Obrigado a você em todo o Brasil e até lá.

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