Revista denuncia contrato de deputado Henrique Alves com empresa de laranjaO deputado federal potiguar, líder do PMDB na Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, parece que já começa a sentir as consequências de ser o principal candidato a presidência da Casa Legislativa federal, com a investigação de atos negativos de sua história e denúncias de irregularidades citando seu nome. Um exemplo disso é a edição desta semana da revista Veja, uma das principais de circulação nacional, em que Henrique é acusado de contratar, com a cota de apoio a atividade parlamentar, uma empresa registrada em nome de uma laranja – que seria ligada a um conhecido ex-assessor do PMDB.
Como a revista lembra, além do salário, um deputado federal recebe também uma ajuda de custo para bancar as despesas do mandato. No caso de Henrique, exatos R$ 8,3 mil são gastos mensalmente com o aluguel de veículos, segundo sua prestação de contas. Ocorre que, segundo a Veja, as notas fiscais que Alves apresenta para comprovar essas despesas são emitidas por uma empresa de uma laranja.
A revista informa que a Global Transportes tem como endereço uma casa na periferia de Brasília.No papel, pertence à ex-vendedora de tapetes Viviane dos Santos. Localizada por VEJA, “Viviane disse nem saber da existência de contrato com o deputado. Ela afirma que, na verdade, emprestou seu nome a uma tia – e admite que a empresa da qual é ‘dona’, e que supostamente aluga veículos, não possui um carro sequer”.
A revista acrescenta que a tia de Viviane, Kelen Gomes, que fornece as notas ao gabinete do deputado Alves, foi procurada e tentou explicar que “arrumamos carros com terceiros e os alugamos”. “Procurado, Henrique Alves primeiro disse que, quando está em Brasília, utiliza carro próprio. Depois, corrigiu-se afirmando que o carro que usa na capital é alugado, sim, mas ele não se lembra nem mesmo do modelo. Por fim, mandou que um funcionário de seu gabinete, Wellington Costa, desse explicações. ‘Você acha que eu cuido disso?’, reagiu Alves. O funcionário, porém, foi de uma sinceridade rara: ‘Talvez o deputado não se lembre, mas foi ele quem mandou contratar essa empresa’”, foi relatado na matéria.
Na matéria, assinada pelo jornalista da Veja Adriano Ceolin, é afirmado que “por trás da mamata está César Cunha, ex-assessor do PMDB. Ele foi sócio da Executiva, outra empresa que não existe no endereço declarado. A Executiva forneceu notas a Henrique Alves até se enrolar com a Justiça e ser substituída pela Global. Desde 2009, Alves destinou às duas empresas, sob a batuta de César Cunha, 357 000 reais. Daria para comprar cinco carros executivos.
Na campanha pela presidência da Câmara, Alves tem dito que trabalhará para limpar a imagem da Casa, manchada por escândalos. Pelo visto, terá de começar pelo próprio gabinete”.
JORNAL DE HOJE
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