quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O bode do assessor e os ‘cabritos’ silenciosos






Em homenagem à transparência, os Senhores do Congresso deveriam mandar fixar na entrada do prédio de Niemeyer uma placa com o lema do bom parlamentar: “Se sair à rua, não leve dinheiro. Se levar, não entre em lugar nenhum. Se entrar, não faça despesas. Se fizer, não puxe a carteira. Se puxar, não pague. Se pagar, pague com com verba pública, que é dinheiro grátis.”

Nos últimos dias, o repórter Leandro Colon levou às páginas uma séria de notícias sobre pedaços do Orçamento da União que chegaram à caixa registradora de uma tal Bonacci Engenharia (veja aqui, aqui e aqui). Chama-se Aluizio Dutra de Almeida um dos proprietários. Até dois dias atrás, era assessor do gabinete do candidato favorito à presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O repórter resolveu visitar a firma do auxiliar do deputado. Descobriu que a empresa, beneficiária de contratos públicos que somam pelo menos R$ 6 milhões, tem como sede uma residência mixuruca assentada num bairro pobre da cidade de Natal. Do lado de fora, monta guarda ‘Galeguinho’, um bode. Dentro, uma mesa, um computador e um personagem que se identifica como Francinaldo. “Sim, é aqui” que funciona a Bonacci, ele confirma, rodeado pelo ermo.

Casos assim tornaram-se comuns. O contribuinte teria razões para gritar. Porém, o brasileiro pende de uma árvore genealógica vizinha à do bode ‘Galeguinho’. Pertence à grande família dos cabritos. Tomado de bondade inaudita, o brasileiro nunca berra.

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