Ney Lopes
Para alguns, o PT-RN teria fechado com o PSD-RN, com a chapa Robinson para governador e Fátima para o senado.
Na verdade, isso não aconteceu.
Trata-se de fogo-fátuo, que já alimentou muitas lendas e fantasmas e agora ocorre na política do RN.
O fogo-fátuo são misteriosas chamas azuladas, que aparecem por alguns segundos na superfície da terra e logo depois somem, sem deixar vestígios.
O PT pode até coligar-se com o PSD.
Isso não será impossível.
Entretanto, no momento o que existe é um “jogo de cena”.
O PT dá o recado à Garibaldi e Henrique, de que eles pagarão um preço político “caro”, na hipótese de Dilma se reeleger.
O PT já mostrou que não “esquece”.
Por outro lado, o PT de forma competente, demonstra que não está sozinho e tem alternativas no RN para 2014.
Na política, como na vida, ter alternativa é fundamental.
Porém, no duro no duro, o que Fátima deseja é juntar-se à estrutura do PMDB estadual e partir para a sua campanha ao senado.
De uma cajadada só, mataria dois coelhos.
Armaria o palanque governista, atendendo ao apelo de Dilma de não fragmentar votos no nordeste, diante do risco Campos.
E também deixaria o DEM “seguro no pincel”, pelo veto que o PT fará à presença do partido na na coligação proporcional.
Os petistas sabem muito bem que Fernando Bezerra (ou mesmo Henrique) junto com Vilma enfrentarão muitas dificuldades na campanha.
Quem conhece política e não tem interesses em jogo sabe que é pura ficção o “céu de brigadeiro” que se arma, em torno da ex-governadora Vilma, quer seja ela candidata à governadora, ou senadora.
Ela terá os votos naturais de uma ex-governadora e, momentaneamente, (não continuará assim) se beneficiaria do desgaste atribuído à Rosalba.
Poderá ser dito que a debilidade eleitoral da chapa PMDB-PSB, aparentemente beneficiaria o PT-RN, que disporia de espaço para a candidatura de Fátima e Robinson.
Todavia, esse cenário não convém ao partido.
Afinal, o PMDB juntando-se ao PSB disporia de dinheiro dos “doadores” e da própria máquina federal, inclusive de um ministro de estado no palanque.
Quer dizer, as influências e ganhos do governo Dilma iriam trabalhar contra Dilma, mesmo o PMDB votando a favor da reeleição.
Voto é como o amor: não se divide!
Ganhando ou perdendo, Vilma junto a máquina política do PMDB fortaleceria a candidatura de Eduardo Campos no nordeste e reduziria o potencial eleitoral de Dilma na região, levando o pleito a segundo turno, o que é hipótese fatal para o governo federal.
Distante do PMDB, Vilma enfraqueceria ainda mais, pela falta do “esquema econômico“, que estaria lhe sendo prometido, de trazer até o marqueteiro Duda Mendonça, através de prepostos, para a sua campanha, à fundo perdido (?).
Em tais circunstância, não seria improvável Vilma candidatar-se à deputado federal.
Nessa conjuntura como ficaria o DEM?
Rejeitado e desprezado, o partido poderá acreditar na sua história, potencial político e partir para a luta eleitoral, com um plano B.
Desprezo em política cria gigantes!
Por mais que tentem isolar e desprezar o desempenho político do DEM-RN, se o partido aceitar o desafio e entrar na disputa o “jogo fica embaralhado”.
O DEM-RN seria o único palanque genuinamente de oposição no Estado.
PMDB, PT, PSD, PDT e outros se tornariam “mesclados”, sem discurso de coerência oposicionista.
Rosalba, caso se desvencilhe do TSE, seria uma governadora em busca da reeleição e não poderia ser subestimada.
Ela arregimentaria de saída, um bom segmento do eleitorado.
E essa aglutinação política teria maior significado eleitoral, se considerada a disputa fragmentada entre três, ou mais candidatos.
O PT-RN está analisando todas essas hipóteses.
Por isso, usa a tática de “amedrontar” o PMDB, indicando a opção de aliança com o PSD.
Todavia, o que o PT quer mesmo é coligar-se com o PMDB e evitar vazamentos de votos contra a reeleição de Dilma, a prioridade número um do partido.
Com a coligação PMDB-PT, o PSD passaria a ter a sua verdadeira estatura política, sem que isso signifique estar fora do páreo.
Caso o PSD construa um discurso eficiente poderá transformar-se em “osso duro de roer”.
Dependerá do partido, da competência dos candidatos e dos erros cometidos pelos adversários.
Irão pesar muito na eleição de 2014, o discurso eficiente e a coerência sobre o passado de cada disputante.
Muito mais do que os caciques pensam e admitem.
Qualquer indício de ficha suja, ou composição com “esquemas econômicos” por baixo do pano prejudicará de forma fatal os candidatos.
A “telinha” e as “redes sociais” decidirão a eleição com denuncias.
Lincoln já disse: “alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo”.
Muita gente que “conhece o jogo” por trás da cena, já está de olho aberto, inclusive na colheita de provas para levar à justiça, antes, durante e depois da eleição.
No quadro desenhado, o DEM seria obrigado a ser oposição autêntica no plano federal, até para sobreviver.
Discurso e serviços prestados, o partido tem.
Falta apenas ter confiança em si mesmo.
Daí dessas conjecturas, tudo poderá acontecer para quem disputar a eleição.
Inclusive, ganhar.
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