A
caminho de completar 14 anos no Planalto, o PT sofre os efeitos do
poder longevo. Há mais memórias do que objetivos na propaganda que o
partido de Lula e Dilma levou ao ar na noite desta quarta-feira. Com um
pé no palanque de 2014, a grande novidade que Dilma tem a apresentar é o
improvisado Mais Médicos.
“É a decisão mais ampla e corajosa já tomada desde a criação do SUS”, exagerou o marqueteiro João Santana pela boca do ministro-candidato Alexandre Padilha. “É a saúde de qualidade para todos os brasileiros”, exorbitou Santana pelos lábios de Dilma Rousseff.
Na peça publicitária do PT, novo mesmo só coisa muito antiga. “O Brasil é um dos cinco países com o maior volume de obras em andamento”, declara o locutor a certa altura, forçando o espectador mais atilado a perguntar aos seus botões: não estava combinado que a Transposição do São Francisco regaria o sertão em 2011? Quantos vagões deslizaram nos trilhos da Norte-Sul? Cadê a Transnordestina?
Em meio a uma certa falta de originalidade visual e temática, Lula irrompe em cena como uma espécie de plágio de si mesmo. Ele parece te recordar alguém, existente ou já ido, cuja imagem se superpõe à do Lula de 2006, reeleito atacando os adversários que torciam o nariz para o Bolsa Família.
“…Tem políticos que até hoje defendem cortar as verbas do Bolsa Família. São os mesmos que ficam falando que é preciso oferecer porta de saída. Como se o Bolsa Família já não fosse uma grande porta de saída da miséria, e a grande porta de entrada para o futuro melhor.”
Na parte final da peça, uma Dilma em preto e branco (que apropriado!) sobrepõe os feitos passados a promessas futuras. Dilma recita João Santana: “O nosso futuro será maior do que a soma de todos os nossos sonhos. E do tamanho da nossa esperança.” Ao enumerar as promessas, ela soa como se tentasse responder ao ronco das ruas de junho.
Vamos continuar a gerar empregos de qualidade, Dilma promete. Seremos o país das novas tecnologias e das grande inovações, Dilma jura. Todos os serviços públicos, sem exceção, atenderão o nosso povo com dignidade, Dilma assegura. Seremos o país de uma economia cada vez mais dinâmica, solidária e sustentável, Dilma garante.
O marketing do PT pinta o futuro de cor de rosa porque o futuro não pode ser cobrado nem conferido. Mas Dilma talvez seja convidada a responder a meia dúzia de perguntas. Que fim levou 2011, futuro de 2010? E 2012, futuro de 2011? E 2013, futuro de 2012? E o que haverá em 2014 que justifique a concessão de mais quatro anos? Por ora, o grande trunfo de Dilma é a inépcia dos adversários. Eles têm um ano para arranjar um discurso. E vice-versa
“É a decisão mais ampla e corajosa já tomada desde a criação do SUS”, exagerou o marqueteiro João Santana pela boca do ministro-candidato Alexandre Padilha. “É a saúde de qualidade para todos os brasileiros”, exorbitou Santana pelos lábios de Dilma Rousseff.
Na peça publicitária do PT, novo mesmo só coisa muito antiga. “O Brasil é um dos cinco países com o maior volume de obras em andamento”, declara o locutor a certa altura, forçando o espectador mais atilado a perguntar aos seus botões: não estava combinado que a Transposição do São Francisco regaria o sertão em 2011? Quantos vagões deslizaram nos trilhos da Norte-Sul? Cadê a Transnordestina?
Em meio a uma certa falta de originalidade visual e temática, Lula irrompe em cena como uma espécie de plágio de si mesmo. Ele parece te recordar alguém, existente ou já ido, cuja imagem se superpõe à do Lula de 2006, reeleito atacando os adversários que torciam o nariz para o Bolsa Família.
“…Tem políticos que até hoje defendem cortar as verbas do Bolsa Família. São os mesmos que ficam falando que é preciso oferecer porta de saída. Como se o Bolsa Família já não fosse uma grande porta de saída da miséria, e a grande porta de entrada para o futuro melhor.”
Na parte final da peça, uma Dilma em preto e branco (que apropriado!) sobrepõe os feitos passados a promessas futuras. Dilma recita João Santana: “O nosso futuro será maior do que a soma de todos os nossos sonhos. E do tamanho da nossa esperança.” Ao enumerar as promessas, ela soa como se tentasse responder ao ronco das ruas de junho.
Vamos continuar a gerar empregos de qualidade, Dilma promete. Seremos o país das novas tecnologias e das grande inovações, Dilma jura. Todos os serviços públicos, sem exceção, atenderão o nosso povo com dignidade, Dilma assegura. Seremos o país de uma economia cada vez mais dinâmica, solidária e sustentável, Dilma garante.
O marketing do PT pinta o futuro de cor de rosa porque o futuro não pode ser cobrado nem conferido. Mas Dilma talvez seja convidada a responder a meia dúzia de perguntas. Que fim levou 2011, futuro de 2010? E 2012, futuro de 2011? E 2013, futuro de 2012? E o que haverá em 2014 que justifique a concessão de mais quatro anos? Por ora, o grande trunfo de Dilma é a inépcia dos adversários. Eles têm um ano para arranjar um discurso. E vice-versa
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