Expectativa maior do que o resultado. O debate da Globo, o mais esperado das eleições de 2010 no Rio Grande do Norte, não trouxe maiores novidades ou nocautes, mas – por isto mesmo – vencedoes existiram. Senão vejamos;
Faltando quatro dias para as eleições e com uma perspectiva remota de segundo turno, o Governador licenciado Iberê Ferreira de Souza precisaria de um fato novo, no debate ou não, nesta reta final para determinar um crescimento maior do que vem desempenhando ao longo da campanha eleitoral. Ontem, não ocorreu.
Um Iberê burocrático; que não errou, mas também não fez gol. E, como se sabe, time que não faz gol, leva.
A candidata Rosalba Ciarlini, pretenso alvo do debate por sua posição de liderança, não o foi. Conseguiu escapar, utilizando a estratégia (comum nos debates presidenciais ) de utilizar os nanicos para surfar em questões desagradáveis ao candidato da situação. Deu certo. Em poucos instantes, ficou claro que o Governo do Estado e sua contestatada continuidade ficou na berlinda.
Um momento que a candidata do DEM poderia ter saído melhor foi quando o candidato Carlos Eduardo Alves lhe perguntou sobre a Administração de Micarla de Sousa. Rosalba sequer pronunciou o nome da Prefeita de Natal. Como se quisesse escondê-la. Não conseguiu. Esqueceu da resposta que deu ao mesmo questionamento no debate da TV Nominuto. Naquele, Rosalba enfrentou o ex-prefeito de Natal, relembrando os momentos de sua Administração com baixa aprovação.
O candidato do PSOL Sandro Pimentel poderia ser comparado a Plinio de Arrruda Sampaio, guardada as devidas proporções. Ousou mais, levando temas polêmicos para os candidatos “com chance” nas pesquisas. Falou sobre os pontos fracos da então prefeita Rosalba Ciarlini, dos medicamentos vencidos de Carlos Eduardo Alves e dos índices reprováveis da educação do Governo Wilma/Iberê. Ponto para ele. Esquentou o que parecia impossível.
Foi nos dois últimos blocos que o desempate veio à tona.. Pergunta de bolso de Iberê para Rosalba; o escândalo do DEM de Brasília, a prisão de José Roberto Arruda. A resposta também devidamente treinada saiu com facilidade; “O DEM é o equilibrio na democracia brasileira. O meu partido quando tomou conhecimento do ocorrido, expulsou os responsáveis.”
Na réplica, foi além levantando todos os defuntos/escândalos do Governo Wilma – Foliaduto, Operação Higia, Operação Ouro Negro…
Carlos Eduardo optou pelo seus dicurso de campanha. Um tanto repetitivo, mas seguro. É o Governador contra a politicagem na administração. É o candidato que tem políticas públicas de estado e não de Governo. Lugar comum? Sem dúvida, mas não deve ter alterado a decisão dos poucos eleitores acordados nos últimos minutos da terça-feira.
Na despedida, também quem pontuou foi a Democrata Rosalba. Falou olhando para as câmeras, com simapatia e leveza. Pediu voto, claro. Não só para ela, mas para seus senadores Garibaldi Alves e José Agripino Maia.
Iberê optou por ler seus apontamentos com frases irônicas direcionadas à adevrsária principal: “Não acreditem em cantos da sereia” ou “Não acreditem nas promessas de um mundo cor de rosa…”.
Inovou quando não pediu voto para si. Apenas para seus companheiros. Quer dizer, para Dilma e Wilma. Hugo, não. Foi esquecido pelo candidato do PSB.
Resumo da ópera, sem nenhum luminar, o debate da Globo teve como vencedor aquela que foi lá apenas para não errar. Fez melhor, bola na rede para garantir o saldo de gols.
* Do blog de Laurita Arruda
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