segunda-feira, 28 de abril de 2008

PROGRAMA CAFÉ COM O PRESIDENTE

Discussões da Conferência da Juventude vão ajudar a criar novas políticas para jovens

Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil. Eu sou o Luciano Seixas e começa agora o programa de rádio do presidente Lula, o Café com o Presidente. Olá, presidente Lula, o senhor está em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Nós estamos aqui no estúdio da EBC [Empresa Brasil de Comunicação], em Brasília. Como vai, tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, começou ontem aqui em Brasília a primeira Conferência Nacional da Juventude. Para que vai servir esse encontro?

Presidente: Olha, esse encontro, Luciano, vai servir para a gente definir mais uma série de políticas sociais para a juventude, políticas de inclusão da juventude, já combinado com as políticas que nós temos em andamento. Primeiro, Luciano, é importante dar noção para o povo brasileiro o que significa essa conferência. Ou seja, essa conferência tem aproximadamente 2.280 delegados, representando todos os estados, municípios e comunidades tradicionais. Tudo que está sendo discutido na conferência foi decidido pelos próprios jovens nos encontros preparatórios. E é importante lembrar que essa é a primeira conferência feita com foco na juventude brasileira e já mobilizou em todo o país mais de 400 mil participantes. O objetivo principal: promover o direito à participação da juventude, fortalecer a rede social institucional para a juventude, identificar desafios e prioridades para que o poder público possa atuar junto à juventude brasileira.

Apresentador: Presidente, como o governo tem tratado o jovem no Brasil? Existem programas específicos para essa camada da população, não é?

Presidente: Olha, Luciano, é importante lembrar que nós tivemos três décadas em que a economia brasileira não cresceu, não se fez os investimentos necessários na área de educação, na área da formação profissional. E, portanto, eu diria que o Estado brasileiro tem uma dívida com a nossa juventude, ou seja, a juventude ela precisa ser motivada a esperanças e a oportunidades. Ou seja, é preciso que a gente crie oportunidades para que a juventude possa ter perspectivas de vida ou no campo educacional ou no mercado de trabalho. Se não tem escola para os jovens estudarem depois que terminam o ensino fundamental e o segundo grau, não tem formação profissional e não tem emprego, a juventude fica à mercê do narcotráfico, à mercê do crime organizado. Por isso, eu posso dizer para você que é a primeira vez que o país conta com uma política voltada especificamente para os jovens. Nós, em 2005, criamos a Secretaria Nacional da Juventude, depois nós, no mesmo período, instalamos o Conselho Nacional da Juventude, com 60 membros, sendo 40 da sociedade civil e 20 do governo federal. Nós agora acabamos de mandar uma medida provisória, no final do ano passado, para Câmara dos Deputados, unificando todos os programas voltados para a juventude. Nós também aumentamos a faixa etária dos beneficiários dos programas para a juventude, que antes era de 15 a 24, passamos para 15 a 29 anos. E o objetivo concreto é ampliar o atendimento aos jovens excluídos da escola e da formação profissional. Aquele jovem que já estava desanimado, que não estava mais estudando, que não tem profissão, nós estamos querendo trazê-lo outra vez para a escola, formá-lo profissionalmente, para que ele possa recuperar a vontade de estudar e, ao mesmo tempo, aprender uma profissão. Antes da unificação, esses programas atendiam 467 mil jovens em todo o país. Com a integração, até 2010, nós iremos cuidar de aproximadamente 3 milhões e meio de jovens, ou seja, e praticamente um investimento de R$ 5,4 bilhões. Nós fizemos a extensão do programa Bolsa Família, também prevista na medida provisória 411, de 2007, estendendo o Bolsa Família também para as famílias que tenham filhos de 16 e 17 anos. Mas eu acho, Luciano, importante lembrar duas coisas que foram criadas no nosso governo. Ou seja, primeiro o ProUni [Programa Universidade para Todos], que já está colocando aproximadamente 400 mil jovens na universidade brasileira e este ano nós teremos a formatura dos primeiros 60 mil jovens brasileiros no ProUni. E agora a implantação do Reuni [Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais] nas universidades federais existentes e nas novas que nós estamos criando, fazendo com que, ao invés de termos apenas 12 alunos por professor, vamos ter 18 alunos por professor, aumentando nos próximos quatro anos aproximadamente mais 400 mil vagas nas universidades brasileiras públicas para a juventude.

Apresentador: Você está ouvindo o programa de rádio do presidente Lula, o Café com o Presidente, hoje falando sobre a Conferência Nacional da Juventude. Presidente, quais são os desafios da Política Nacional de Juventude e o que já foi feito pelo governo para enfrentar esses desafios?

Presidente: Olha, quais são os desafios, Luciano? Ampliar o acesso ao ensino e à permanência do jovem na escola. Ou seja, nós queremos motivá-los a continuar na escola. Segundo, gerar possibilidade de trabalho e possibilidade de renda. Depois, estimular a compreensão e a conquista da cidadania. E democratizar o acesso às coisas para a juventude: ao esporte, ao lazer, à cultura, à tecnologia de informação. Eu acho que é uma coisa extraordinária e eu penso que essa conferência vai carimbar concretamente as obrigações do Estado brasileiro para com a juventude brasileira.

Apresentador: Está certo, presidente. Obrigado e até a semana que vem.

Presidente: Um grande abraço, querido, e até a próxima semana.

Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira. Até lá.

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