terça-feira, 8 de abril de 2008

Dos 81 senadores, 16 não chegaram pelas urnas

Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira, a ONG Transparência Brasil aponta que 16 dos atuais 81 senadores não chegaram ao Senado pelo caminho das urnas. Pelo contrário, alguns deles foram até financiadores das campanhas dos senadores eleitos pelo povo. A controvérsia sobre a representatividade desses políticos biônicos tem novo capitulo amanhã, quando a Comissão de Constituição e Justiça do Senado avalia o substitutivo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que reúne oito propostas para o fim dos atuais critérios de suplência na Casa.


"Se um Estado possui 20 vagas para deputado, os 20 mais bem colocados são eleitos", compara Fabiano Angélico, autor do estudo. "Caso o primeiro colocado se torne ministro ou mude de cargo, o 21º votado do mesmo partido será seu suplente."


Doações

Umas das constatações da pesquisa é que os suplentes dos senadores eleitos ajudam nas campanhas de seus senadores. E o que é pior, muitos ainda combinam de assumir depois de alguns anos, já que os mandatos para o Senado duram longos oito anos. Essa manobra permite ao parlamentar sem votos usufruir dos benefícios e regalias do mandato.

É o caso de Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente do hoje ministro das Comunicações Hélio Costa. Salgado doou, por meio de suas empresas um total de R$ 1,4 milhão à campanha de seu titular ao Senado em 2002.

Salgado não está sozinho no clube dos financiadores de campanha. Juntam-se a ele João Tenório (PSDB-AL), Adelmir Santana (DEM-DF) e Gilberto Goellner (DEM-MT). Os quatro lideram o ranking patrimonial dos suplentes.

Da bancada de 16 suplentes, nove jamais venceram uma única eleição. É o caso de Antônio Carlos Júnior (DEM-BA), que herdou a vaga de seu pai, o falecido Antônio Carlos Magalhães. Além dos interesses econômicos ou a amizade, as relações de sangue e parentesco também contam na bancada dos sem-voto. Além de ACM Jr, João Tenório é cunhado do governador Teotônio Vilela Filho (Alagoas) e Lobão Filho, cujo pai Edison Lobão agora é o ministro de Minas e Energia.

JB Online

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