segunda-feira, 28 de abril de 2008

José Agripino quer disputar a reeleição em 2010, mas admite concorrer ao governo do RN

O presidente dos Democratas e principal líder da oposição ao Governo Lula no Congresso Nacional, senador José Agripino, concedeu entrevista exclusiva à GAZETA DO OESTE, oportunidade em que falou a respeito da posição do seu partido nas eleições municipais deste ano, principalmente em Mossoró e na Capital do Estado.

LUÍS JUETÊ
Da Redação

1 - Qual será o posicionamento dos Democratas em relação ao processo sucessório nos municípios do interior do Rio Grande do Norte?

J.A: As eleições são municipais, e eu entendo que as definições têm que seguir a orientação municipal. Eu vou município a município seguir a orientação que meus companheiros de diretórios municipais me recomendarem. É claro que eu vou dialogar, em alguns momentos, vou até aconselhar, mas em última análise seguirei a tendência que meus companheiros me recomendarem. A eleição é municipal e o partido deve seguir a tendência daqueles que fazem o partido no município.


2 - Existe algum tipo de restrição no que se refere à política de alianças do partido para as eleições deste ano?

J.A:. Não é que exista restrição. Eu tenho que compreender que pela relação de antagonismo, que no plano nacional se estabelece entre os Democratas e PT. Não seria entendida uma aliança entre os Democratas e o PT em que os Democratas apoiassem o PT para eleição de algum prefeito. É, portanto, uma questão de coerência, não é que exista restrição. Em política, a palavra restrição, sectarismo, radicalismo não é recomendável. Agora, coerência, sim. E por uma questão de coerência é muito difícil que o eleitor ou cidadão entenda que, no plano nacional os Democratas e o PT não se entendam, e viessem a se entender neste ou naquele município.


3 - Existe recomendação para que o DEM priorize alianças com o PMDB no Estado a exemplo do que ocorreu em 2006?

J.A:. Os diretórios municipais estão liberados para fazerem as alianças dentro das afinidades com os partidos com quem nós temos relação. Evidente que em muitos municípios há uma afinidade muito forte com o PMDB. Nesses municípios a aliança será por gravidade levada a efeito com o PMDB. Em outros municípios, as afinidades por gravidade caminharão para outras alianças, nós respeitaremos as tendências. E onde a aliança ocorrer com o PMDB, eu, como presidente do partido, aplaudirei a tendência municipal.


4 - E quanto ao PSB, os diretórios estão liberados para dialogarem com os socialistas?

J.A:.Com o PSB eu faço o mesmo raciocínio. É preciso que se entenda que o PSB, em muitos municípios, tem uma origem comum com o meu partido, os Democratas. É preciso entender que a presidente estadual do PSB nasceu politicamente do meu grupo político. Muitos dos que integram o PSB nos municípios hoje tiveram origem na minha corrente política. Nada mais natural do que, por afinidades locais, os Democratas e o PSB também fazerem muitas alianças no âmbito de muitos municípios.


5 - Em municípios como Caraúbas, o senador José Agripino e a senadora Rosalba Ciarlini estarão em palanques diferentes. Isso não evidenciaria um distanciamento?

J.A:Absolutamente, não. Eu acho que política se faz com compreensão também. Eu tenho a obrigação de compreender que Rosalba é grata a segmentos da política no âmbito do município que a ajudaram a ganhar a eleição. Em Caraúbas, a tendência da senadora Rosalba, como ela mesma já me disse, é de agradecer aqueles que ajudaram a eleição dela para o Senado, e eu saberei compreender. Agora, esta questão é particularíssima do município de Caraúbas, e ela não deverá se reproduzir em muitos municípios, pelo contrário. E onde essa eventual divergência vier a acontecer ela será compreendida. Além disso, não são divergências desejadas. Então, pelo fato de elas serem localizadas, pontuais e justificadas pelo sentimento de gratidão da senadora Rosalba a quem a ajudou, serão compreendidas.


6 - Como estão as conversas com o Partido da República?

J.A:. O PR do deputado João Maia nasceu há algum tempo por meio do meu diálogo com o deputado João Maia. Eu inclusive o ajudei a estruturar em alguns municípios o próprio PR. A minha relação com o deputado João Maia é uma relação fraterna, e a minha relação com o PR é igualmente amiga. O que existe em muitos municípios, principalmente no Seridó, mas não é só no Seridó, é uma afinidade que vai por gravidade levar a aliança dos Democratas com o PR na disputa de muitas prefeituras.


7 - Em Mossoró, ainda existe a possibilidade de união entre o DEM e o PR? Ainda falando a respeito de Mossoró, o nome de Ruth Ciarlini é o mais cotado para compor chapa com a prefeita Fafá Rosado?

J.A:A chapa da prefeita Fafá Rosado em Mossoró vai ser composta de comum acordo entre Fafá e o diretório municipal dos Democratas em Mossoró, cujo presidente é o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, que tem de nossa parte a delegação completa para a indicação do candidato a vice-prefeito.


8 - O PMDB local reivindica o espaço para vice. Essa possibilidade se mostra remota? E quanto à vereadora Arlene de Sousa, ela poderia ser uma opção para vice de Fafá?

J.A: A resposta para essa pergunta está com o ex-deputado Carlos Augusto Rosado. O que ele, que é o presidente dos Democratas em Mossoró, fizer, eu endossarei.


9- E a sucessão na capital, o DEM já está fechado no apoio a Micarla de Sousa?

J.A: As conversas com a deputada com Micarla de Sousa, do PV, estão muito adiantadas. A aliança estará fechada na hora em que ela for anunciada, agora que as conversas já andaram e andaram muito, é verdade.


10 - Todas as discussões em torno de 2008 são vinculadas ao pleito de 2010. Não seria um erro antecipar essa discussão?

J.A: Não é que seja um erro antecipar, ninguém pode é tapar o sol com a peneira. Que as composições vão ter um ensaio geral agora, vão. Você vai ter a definição completa do processo? Não. Agora vai ter, sim, um ensaio geral. O que é que vai acontecer? Vai acontecer a aliança dos Democratas com o PMDB somente, ou vai haver aliança dos Democratas com diversos partidos? Eu lhe digo, com diversos partidos. Significa oxigenação do partido com relação ao processo sucessório em 2010? É claro que sim. Não vai haver sectarismo nessa eleição. Nem o PMDB vai se unir apenas aos Democratas, nem os Democratas vão se unir apenas ao PSB, nem o PSB vai se unir apenas ao PR. Vai haver, no âmbito dos municípios, amplas alianças. Agora, o processo em Natal dará de certa forma uma primeira sinalização de como poderão acontecer as alianças em 2010 , mas apenas uma sinalização que não será definitiva.


11 - José Agripino é candidato à reeleição ou poderá disputar o Governo do Estado?

J.A: O meu desejo já declarado é disputar a reeleição ao Senado. Eu não posso descartar nenhum projeto, principalmente o honroso da sucessão governamental, mas a minha pretensão e o meu desejo são renovar o meu mandato para senador.


12 - No plano nacional, qual será o caminho dos Democratas?

J.A:. A união das oposições. O caminho natural dos Democratas é a união com o PSDB, com o PPS, com os outros partidos que, neste momento, fazem oposição ao governo do PT.

fonte: Jornal Gazeta do Oeste 27-04

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