quinta-feira, 17 de julho de 2008

Haddad anuncia criação da Universidade da África em município cearense

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil







Brasília - Ao participar hoje (16) da cerimônia de sanção do projeto de lei que cria o piso nacional para professores, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou a criação da Universidade da África, que será sediada em Redenção (CE). A idéia é formar estudantes africanos para ajudar o desenvolvimento daquele continente.

“Nós vamos encaminhar ao Congresso Nacional, nas próximas semanas, o projeto de lei para criar a universidade, voltada para os países da África, sobretudo os da língua portuguesa. Da mesma maneira que nós estamos preparando um projeto político-pedagógico ousado para a Unila [Universidade Latino-Americana], nós queremos a mesma coisa lá em Redenção”, afirmou o ministro.

O nome oficial da nova instituição será Universidade Federal de Integração Luso-Afrobrasileira (Unilab). Segundo Haddad, além da necessidade de uma instituição de ensino superior na região, Redenção foi escolhida por ser o primeiro município que aboliu a escravidão.

“Já estamos com um grupo de trabalho analisando a proposta em diálogo com os membros da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa], com a Unesco [Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Tecnologia] e com a nossa academia para que o projeto pedagógico atenda às necessidades da África e seja digno da nossa amizade com os povos africanos”, antecipou.

De acordo com o reitor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Paulo Speller, que é o coordenador da comissão de implantação da nova universidade, o anúncio oficial da criação da Unilab será feito na VII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que se realizará no dia 25 de julho, em Lisboa.

“A África é a região mais pobre, miserável e carente do globo e o Brasil tem uma relação histórica com ela na sua formação", justificou.

Segundo Speller, haverá pólos da universidade em todos os países-membros da CPLP: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Cabo Verde e Portugal. “Ela será financiada pelo governo brasileiro, mas já há a manifestação de organismos internacionais que querem participar, inclusive financiando”, afirmou.

Os cursos serão oferecidos em quatro áreas, definidas inicialmente a partir das demandas africanas, tais como ciências agrárias, saúde, formação de professores e gestão. Metade dos alunos será de brasileiros e o restante de africanos.


Speller disse que a comissão pensa em criar estratégias para que os estudantes retornem de fato ao seus países de origem. A expectativa é que as atividades da Unilab comecem a partir do segundo semestre de 2009 e a universidade esteja funcionando plenamente em 2010.

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