quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Sucessão: Garibaldi diz ter apoio da bancada do PMDB
Jeferson Ribeiro
Direto de Brasília


O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) acredita ser o mais forte candidato para suceder o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado. "Antes dessa decisão do Renan (de renunciar) eu tinha 11, 12 votos a meu favor na bancada. Agora, isso deve aumentar, porque antes tinha muito voto preso. Tinha senador que não queria falar de sucessão antes da renúncia. Agora não", conta Alves.

No cafezinho do Senado, ele conversa com senadores peemedebistas, senadores da oposição e até possíveis adversários dentro do partido, aos quais pergunta se é verdade mesmo que vão disputar internamente para chegar à presidência do Senado. Questionado sobre o que vai fazer até quinta-feira, quando o PMDB escolhe seu candidato, o parlamentar é direto: "pedir votos".
Garibaldi conta com o apoio do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que é o preferido da oposição mas garante que não concorre. "Nós já falamos sobre isso e sobre a possibilidade de ele criar uma ponte com a oposição", salienta.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse que se Vasconcelos fosse o candidato do PMDB a oposição não concorreria à cadeira deixada por Calheiros. "Eu acredito que a oposição não vai criar resistências ao meu nome ou a outro que venha a ser escolhido pelo PMDB", afirma Garibaldi.

Alves tem 60 anos e é formado em Direito, mas trabalhou como jornalista antes de virar político. O senador Valter Pereira (PMDB-MS), um dos que pretende concorrer com Alves pela preferência dos peemedebistas, se aproximava da mesa onde o colega conversava com e foi surpreendido com a pergunta: "o pessoal aqui está querendo saber se você quer ser candidato à presidência". Pereira disse que agora que a cadeira estava vaga desejava ouvir o partido sobre a possibilidade de ter apoio para sua candidatura. "Precisamos saber o critério que será usado. O importante é que o candidato consiga unificar a bancada", respondeu.

Questionado sobre outro concorrente à sucessão dentro do partido, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC), Alves disse que não sabia da decisão dele, mas alertou que ele precisa dizer que o apóia, se realmente quer concorrer.


Mais cedo, Conto disse que tinha apoio de "vários colegas", mas não quis revelar os nomes. Ele é suplente do atual vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan (PSDB-SC), e disse que não conversou com o titular sobre sua decisão. O catarinense pretende disputar inclusive uma cadeira de senador na Itália, já que é filho de italianos e tem dupla cidadania. "Acho que quem for candidato tem que anunciar quem o apóia. Se não pode fazer isso fica complicado", argumentou Alves.

O candidato a presidente do Senado disse que já conversou com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio (PTB-PE), sobre sua intenção de suceder Calheiros. "Ele me ouviu apenas. Eles estão com muito cuidado. Tem a questão da sucessão e da CPMF", conta Alves, que vai votar pela prorrogação da cobrança do imposto.


Mas Alves ainda busca o apoio que mais precisa dentro do PMDB: o do ex-presidente da República e do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP). "Ainda estou tentando o apoio dele. Precisamos conversar mais. Hoje ele não pode, porque é aniversário da mulher dele", disse Alves que queria jantar com Sarney nesta terça-feira.


Alves acredita que na quinta-feira o partido escolhe quem tentará suceder Calheiros na presidência da Casa. Até lá, ele vai usar sua fala mansa e os novos ternos que tem usado para ganhar a simpatia dos que não estão a seu lado.

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