Recursos serão aplicados na construção de um novo espaço objetivando a instalação de uma mini fábrica de confecções
Kyberli Gois, 14 de dezembro de 2014
Afastada da correria característica dos centros urbanos, rica em cultura e crença. Tais características se aplicam a comunidade quilombola de Sobrado, localizada em Portalegre, no Oeste do estado.
Com uma nação associada ao passando, no período da escravidão no Brasil, as cerca de 30 famílias que vivem no assentamento dos Negros Feliciano do Alto buscam mudar sua realidade e investir nas potencialidades locais.
A maior parte da renda é associada a produção de caju e o reaproveitamento da castanha do fruto, mas os moradores que habitam a região vivem a expectativa de uma nova fonte de sustento: o artesanato.
Tal mudança pode ocorrer no decorrer dos próximos cinco anos. Isso porque o assentamento será contemplado com investimentos na ordem dos R$ 280 mil provenientes do projeto RN Sustentável, edital número dois de economia solidária. Os recursos serão aplicados na construção de um novo espaço objetivando a instalação de uma minifábrica de confecções.
"Era um sonho conseguir esse espaço e acredito que agora só temos a ganhar e melhorar a nossa economia", ressaltou a presidente da Associação Negros Feliciano do Alto, Maria de Fátima Gomes.
A técnica do Núcleo de Assistência Social do RN Sustentável, Cristina Dantas, conta, ainda, que esse não será o único benefício à população da comunidade. "Ainda serão desenvolvidas ações voltadas para o trabalho em grupo buscando sanar as fragilidades e aprimorar as potencialidades, como apoio técnico para que eles possam oferecer um produto de qualidade".
A comunidade está entre as prioridades do projeto, que visa diminuir as desigualdades socioeconômicas do estado, através de intervenções estratégicas e o acesso a oportunidades de ocupação e renda.
Neste primeiro momento do projeto, serão 12 comunidades tradicionais beneficiadas, em um total de 21 identificadas pelo último Estado de Avaliação de Impacto Socioambiental, sendo três indígenas e 18 quilombolas. O município de Portalegre soma quatro comunidades quilombolas.
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