quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A inesperada morte de Eduardo Campos

PROSA CURTA

Minicontos e Minicrônicas

“La magique n´existe pas”

13.08.2014 | 15:15 Estadão

A inesperada morte de Eduardo Campos

Quando saía de casa hoje pela manhã, recebi um telefone de um amigo, me informando da morte do Eduardo Campos. Eu lhe disse, irrefletidamente: “não, não pode ser, eu o vi ontem mesmo no JN”– como se isso assegurasse sua existência hoje, como se de algum modo mágico, o fato de ele estar na TV ontem, tão próximo a tantos, pedindo o voto do eleitor em cadeia nacional, devesse necessariamente e por intangíveis canais, impedir a queda do seu avião hoje.

Quando a morte se dá de modo assim tão marcadamente aleatório, exageradamente inesperada e catastrófica, ela torna-se incomparavelmente ominosa e nos faz sucumbir –  a virtualmente todos nós.

Lembrei-me, minutos depois e ainda chocado, da frase final do maravilhoso desenho francês “L´Illusioniste”, rabiscada pelo magnânimo Mágico-Ilusionista no pedaço de papel que serve de carta de despedida a sua menininha, inopinadamente adotada nos fiordes: “la magique n´existe pas”.

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