sexta-feira, 13 de junho de 2014

Arigatô, apitadô!

Juca Kfouri
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E a torcida paulista, emocionada, cantou o Hino Nacional à capela.

Felipão no banco e Dilma Rousseff, na tribuna, choraram.

Mas, uma parte da torcida, mal-educada, mandou a presidenta tomar no c…

De certa forma, quebrou o encanto.
A Copa do Mundo foi aberta sem discursos, como o previsto, mas pelo locutor do estádio do Corinthians.

Com menos de um minuto, parte dos refletores se apagaram e logo reacenderam.

A primeira jogada perigosa foi croata, com Olic cabeceando rente à trave.

A segunda, em novo contra-ataque resultou em gol contra de Marcelo, aos 11, porque Daniel Alves foi e não voltou.

Era hora de ver o controle emocional brasileiro.

A iluminação caiu outra vez enquanto os croatas cantavam em Itaquera.

Mas voltou de novo, em seguida.

Os brasileiros mantinham os nervos no lugar, e os croatas além de marcar bem, fustigavam.

Dos pés de Oscar saíam as melhores jogadas e dos de Daniel Alves as piores.

Aos 26, Neymar levou cartão amarelo por cotovelada em Modric.

No lance seguinte, Julio Cesar evitou o segundo gol e Oscar, depois de recuperar bola perdida por
Neymar, acionou o companheiro que bateu colocado para empatar, aos 29.

O jogo era bom e o time croata também, como se suspeitava.

Fred praticamente não tocava na bola. Faria o gol?

Oscar se desdobrava tanto que parecia dois.

O 1 a 1 do primeiro tempo ficava bem para um jogo de futebol digno de abrir a Copa do Mundo.

Se eu fosse o Felipão, voltaria para o segundo tempo com Maicon e Willian nos lugares de Daniel
Alves e Hulk.

Como o Felipão é o Felipão e não tem Paulo, nem Pedro, nem Juca, nem João, voltou sem modificação.

O time croata voltou mais disposto a ficar com a bola e a contra-atacar mesmo.

Se isso dava um certo sossego ao time brasileiro por um lado, por outro dificultava a construção do desempate e da virada.

Olic, o que dissera que havia espaços na defesa da Seleção Brasileira, pintava e bordava para cima de Daniel Alves, em jornada abaixo da crítica.

O jogo caiu a tal ponto que a torcida começou a fazer ola…

Aos 17, Paulinho, discreto, saiu para entrada de Hernanes.

A verdade é que a Croácia já jogava melhor que o Brasil, que não criava.

Aos 22, Hulk saiu, entrou Bernard, o da alegria nas pernas.

No lance seguinte, Oscar cruza, Fred, que pouco aparecia, recebe, tenta virar, desaba, e o árbitro marca um pênalti à japonesa, para Neymar virar: 2 a 1.

Injusto!

O goleiro croata ainda tocou na bola, mas com a mão mole.

O juizinho nipônico acabara de compensar o pênalti não dado contra a Holanda, em Kaká, na Copa passada.

E a Joana Havelange que disse que o que era para ser roubado já tinha sido…

Como nas campanhas do tri e do penta, o Brasil saiu atrás na estreia e virou, para 4 a 1 contra os tchecos e para 2 a 1 contra os turcos, também com um pênalti inexistente.

Com 62.103 torcedores, o estádio festejava e xingava a presidenta.

No fim, para coroar sua exibição, Oscar ainda fez 3 a 1.

Notas

Júlio César, 7, com uma boa defesa e sem culpa no gol;

Daniel Alves, 3, irreconhecível;

Thiago Silva, 7, firme e seguro;

David Luiz, 7,5, um monstro;

Marcelo, 7, muito bem no apoio;

Luís Gustavo, 7, por muito que corrigiu no meio de campo;

Paulinho, 5,5 discreto, sem ser o que já foi;

Oscar, 8,5, o melhor em campo, infernal;

Hulk, 5,5, bem abaixo do que pode;

Fred, como centroavante, 5, como ator 8, nota 6,5;

Neymar, 8, mesmo sem brilhar, lutou, se expôs e fez dois gols;

Bernard, 6,5, pela vibração e constantes deslocamentos;

Hernanes, 6, como Paulinho, discreto;

Ramires, sem nota.

Felipão, 7, mas podia ter posto Maicon.

Arbitragem, 4, fraquíssima. Mas acertou ao não validar o gol de empate croata, pois houve carga faltosa em Júlio César

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