quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tabuleiro Grande registra mais de 60 tremores de terra

Karla Andressa
De Tabuleiro Grande

Foram registrados do dia 13 de setembro até hoje mais de 60 tremores de terra, de baixa e alta intensidade no município de Tabuleiro Grande, que tem aproximadamente 2.200 habitantes.
A informação é da equipe de técnicos da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte (UFRN), que instalou um sismógrafo - aparelho que mede a intensidade dos tremores de terra - para registrar o nível dos tremores no município.

Segundo Levi Fragoso, morador do município responsável pelo sismógrafo, a cada 45 dias, os técnicos da UFRN vem a Tabuleiro Grande para verificar os registros de tremores de terra feitos pela estação sismológica instalada no Sítio Malhada da Jurema. "Eles recolhem as folhas com os registros dos tremores. Faço a medição a cada 24h", disse Levi.

O último tremor de terra registrado em Tabuleiro foi no dia 18 de outubro, às 15h15, conforme relata o morador Levi Fragoso.

De acordo com relato dos técnicos da UFRN, não se pode afirmar se as atividades sísmicas já existiam antes do dia 13 de setembro, época da ocorrência dos maiores tremores de terra que chegaram a marcar 3.1 na escala Richter, que vai até 9, por não haver o monitoramento da área por um aparelho sismógrafo.

Tremores são provenientes de fissuras na placa tectônica

Os abalos de terra são comuns em todas as partes do mundo. No Brasil, a atividade sísmica só é relativamente calma porque 95% dos territórios brasileiros ficam sobre uma mesma placa - a Sul-Americana. Tremores como o de Tabuleiro Grande, ou até mesmo os de maiores intensidade, como os registrados em João Câmara só ocorrem por causa de fissuras ao longo da placa tectônica. Submetidas a pressões, essas falhas se rompem e acontecem o que os técnicos chamam de "acomodação das camadas".

De acordo com estudos quanto mais espessa a placa, menor a possibilidade de terremotos. Como no Nordeste as placas são mais finas, os tremores tornam-se comuns, especialmente no Rio Grande do Norte e no Ceará.

Nesta região, os tremores costumam ser breves e repetitivos, fenômeno conhecido como "enxame sísmico". No Brasil, os tremores de terra só começaram a ser detectados com precisão a partir de 1968, quando foi instalada uma rede mundial de sismologia. Brasília, mais precisamente o Parque Nacional (Água Mineral), foi escolhida para sediar o arranjo sismográfico da América do Sul. Nos últimos anos, a terra tremeu com maior freqüência em João Câmara (RN), Cascavel e Pacajus (CE), Porto dos Gaúchos (MT), Caruaru (PE), Pedro Leopoldo, Betim e Igaratinga (MG).

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