por: Portal JH
Marcelo Lima marcelolimanatal@yahoo.com.br
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, realizou a terceira visita de uma série que pretende contemplar todos os hospitais da rede estadual. Depois da visita feita ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, hoje pela manhã, o chefe do Executivo Estadual deu um diagnóstico antigo e que muitos cidadãos já conhecem sobre o maior pronto-socorro do Estado. “É muito pior do que eu pensava. É um drama. As pessoas estão perdendo o pé porque o Estado não tem campanhas pedagógicas para prevenir o agravamento de doenças como o diabetes. Isso é uma coisa desumana, um pai de família perder um órgão e deixar de trabalhar porque o Estado não cumpriu o seu papel”, acentuou o governador. Ele disse também que a equipe da Secretaria Estadual de Saúde Pública estuda medidas emergenciais para o hospital, mas não disse quais seriam e que muito em breve as divulgaria.
A situação descrita por Faria é bem ilustrada pelo que a aposentada Lúcia Lucas da Silva, de 67 anos, está passando. Ela sofreu uma queda há dois meses e estava com uma ferida no pé que não cura. O motivo: ela é diabética. Em Macaíba, onde mora, não teve a assistência adequada e ontem decidiu ir para o Walfredo Gurgel. O médico informou a sua filha que não há previsão de quando ela será transferida para o Hospital Ruy Pereira. A senhora também foi uma das pacientes internadas em macas com quem o governador conversou. Ele perguntou de onde ela veio e qual seu problema. Logo depois de ver o pé completamente escurecido recorreu ao secretário de saúde, Ricardo Lagreca. Os dois conversaram por alguns segundos e partiram. Com lágrimas nos olhos diante da possibilidade de perder o pé – ou até sua perna – a aposentada falou para nossa equipe: “agora eu espero que ele ajude a gente, porque quando ele precisou a gente ajudou ele. Eu queria que ele me tirasse daqui”.
Para evitar casos como o de dona Lúcia, o governador falou que o Estado precisa de um programa contínuo de prevenção de diabete e hipertensão. “O Estado não é eficaz nesse trabalho preventivo, não só pedagógico, mas também de entregar medicamentos em tempo para evitar de amputarem órgãos”.
A idosa também era uma das muitas que estavam internadas em macas pelos corredores. Aliás, o corredor da Clínica Médica do Clóvis Sarinho estava com ventilação insuficiente. Cerca de 35 pacientes estavam internados por lá e todas reclamavam do calor. “São pessoas nos corredores esperando semanas ou até meses esperando por uma simples cirurgia ortopédica ou uma simples cirurgia eletiva”, nas palavras do próprio Chefe do Executivo Estadual.
Hospital de Trauma
O governador e o secretário estadual de saúde também falaram da necessidade de um hospital de trauma. Segundo o auxiliar de Robinson, muito provavelmente isso ocorrerá com a redefinição do perfil do Hospital Walfredo Gurgel.
“A curtíssimo prazo, o Walfredo pode se tornar esse hospital”, disse Lagreca. “Já estamos cuidando disso. Vamos ver qual a modalidade mais rápida de entregar esse hospital de trauma ao povo de Natal, ao do Rio Grande do Norte. Se for no caso de buscar uma parceria público-privada, nós vamos buscar. O que interessa ao povo é ter eficiência, não interessa a modalidade”.
Segundo o governador também haverá a necessidade, de outro hospital para o pronto-atendimento. “Um hospital de primeiros atendimentos, atendimentos clínicos e cirurgias eletivas. Ou seja, vamos fazer uma separação, uma redefinição do perfil de cada hospital”, disse.
O governador disse que esteve no Ceará, onde conheceu hospital que são geridos por Organizações Sociais (OS), entidades de direito privado. Para ele, não há problemas que esse novo hospital na cidade possa ter gestão de OS. “Não tenho nada contra isso, mas vamos primeiro trabalhar com a nossa rede estadual, valorizar o nosso servidor da saúde”, acrescentou.
Quando questionado pelas as experiências mal sucedidas no Rio Grande do Norte, com gestão de unidades médicas por OS, o governador respondeu: “se os órgãos de controle ajudarem o governador a implantar novas metodologias, como no caso de OS, e fiscalizar desde o edital até depois de na manutenção do serviço, será muito bom. Só quem tem a ganhar é a população. Agora não podemos por conta de uma OS que nasceu viciada, que nasceu para ser viciada, que foi feita para ser viciada a gente ficar com pensamento retrógrado e não evoluir no nosso estado”
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